terça-feira, 30 de agosto de 2011
Homenagem do Poeta Malgaxe ao poeta Jorge Humberto
Poeta Jorge Humberto
Quando se lê poeta, não se vê país,
um poeta nasce para a humanidade,
e um poeta é aquele que assim se diz,
o que seu coração quer como verdade!
Minha homenagem a ti poeta português,
que espalha teus versos em tantos corações,
sua presença justifica o que fez,
poetas não são senão, fruto de suas visões!
Que andem pelo mundo as palavras tuas,
embelezando os dias e espalhando o amor,
que cantem as noites, o mar e as ruas,
a vida até na boca de um fuzil, a flor!
Tudo que as letras puderem dedicar,
que o reconhecimento faça chegar a teu torrão,
e nunca esqueça que só a poesia pode falar,
o que o poeta garimpa de seu coração!
Recolho-me singelo poeta, ao meu coração,
mas deixo meu viver e a poesia em aberto,
e jamais se dirá tudo em breve expressão,
quando se falar do amigo Jorge Humberto!
Malgaxe
(Irati/Paraná)
Publicado no Recanto das Letras
em 10/11/09
Código do Texto
T19196222
Agradecendo emocionado esta homenagem que o caro amigo e poeta Malgaxe me dedicou
Assim como agradeço à poetisa e grande formatadora Nanci Laurino
Beijinhos
Jorge Humberto
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
OLHOS PARA NADA
Quem procuras tu,
Nas gotículas, que a chuva deixa,
Esquecidas
No erotismo das janelas molhadas?
Quem procuras tu,
Quando a noite impõe a solidão
Ao azul imenso,
E o coração é queixa
E silêncio?
Quem procuras tu,
Na feminilidade das águas sabidas,
Ali deitadas – corpo inteiro,
E aqui sentidas – suposto rio?
Quem procuras tu,
Quando das estrelas,
O sorriso fulgente se apaga,
E anuncia o minuto primeiro
Da madrugada?
Ninguém!
Pois que pode
Procurar alguém,
Tendo sempre janelas fechadas?!
Janelas fechadas
É como ter olhos para nada.
Jorge Humberto
(In Saiu a Fera de mim)
AMAR É DÁDIVA
Quando se ama não se esconde,
é uma luz fulgurante, que se deve
alimentar com o nosso melhor
sorriso, e o querer bem dessa pessoa,
a quem se ama, com toda a dedicação
e carinho. Quem nos rodeia, se nos
é querido, deve testemunhar esse
amor, como um bem maior.
Um jardim florido alimenta-se de
sua beleza, narrando-se em cores
apelativas, a quem repara com olhos
de ver, os matizes felizes.
Dá-se sem condições nem receios,
por isso viça, em solo fértil, as suas raízes,
buscando do sol, seu parceiro,
a luz que lhe motiva a desfloração.
Jorge Humberto
28/08/11
QUANDO NÃO ESTÁS
Quando não estás, sofro tua ausência,
e caminho sem nexo, neste quarto
que me sujeita, ao mais triste desengano;
forças se me perdem e toda a vontade.
Procuro então no verso mais puro,
trazer-te até mim, lindas flores no cabelo;
e caminhando vens, de sorriso na face,
que a mim muito me encanta e alegra.
Eis então, que quando juntos, a prata
explosão, desencadeia novíssimas vidas,
e os jardins se ataviam, a nossos olhos,
com as cores mais belas, que nos é dado ver.
E este amor, que aqui tento descrever,
tem em nossas pálpebras, um imenso mar,
que a lonjura chama a si e ao vil silêncio,
como redomas de finos e obsoletos cristais.
É contra tudo isso, que devemos lutar,
porque quanto mais longe, mais perto de ti.
Não me queiras, só por instantes,
pedaços de outros tantos pedaços, fugidios.
E assim, a distância a nós, se fará perto,
nas conversas tidas, como fulcral alimento.
Pensa em mim pois, como eu sói fazer,
e as portas se abrirão, num perfeito consenso.
Jorge Humberto
26/08/11
PELOS CAMINHOS DO AMOR
Belos campos, atapetados de verdor,
são o caminho que tomamos, mãos
dadas, com um mui almejado desejo,
de nos termos em perfeita comunhão.
Não há amor mais belo do que o nosso,
e nos jardins, a perder de vista, por
sobre miles flores, nos debruçamos,
colhendo rebentos, no peito debruados.
E de sorriso em sorriso, maravilhados
com os matizes, nos embrenhamos, mais
e mais, na emoção das lindas arenas, onde
as árvores, tecendo vão, sombras no chão.
Nisto pássaros cantam, junto a uma lagoa
de águas verdes, que nos enchem os olhos,
de uma tal pureza, que resolvemos
saciar nossas bocas, ressequidas pelo sol.
E saciada a sede, pelo desejo, um beijo se fez
presente, e entre carícias e promessas,
rogámos às águas, felicidade sempre eterna,
que nos leve pla vida, como em dóceis braços.
Jorge Humberto
25/08/11
NO VERSO ME REVEJO
Se por pensar, ditames alcanço,
é porque no verso me revejo,
e a minha douta emoção voa longe,
ao encontro do poema perfeito.
No me sonhar, sonhar acordado,
sou do entressonho a realidade,
e no mar das minhas existências,
colho em meu peito, o livre arbítrio.
Pelo pensamento dito me realizo,
ser de critérios magnânimos,
e ao coração olvidado dou guarida,
numa mostra, talvez de amor.
Numa profusão, num todo liberal,
não esqueço que sou poeta,
e que a poesia, a si própria se diz,
como num olhar para as coisas.
Coisas que o pensar fundamenta,
explana, colhe e logo usufrui,
como se reparar não fosse abstração,
mas uma repercussão de mim.
Jorge Humberto
24/08/11
JÁ VIRAM O MUNDO EM TODA A SUA BELEZA?
Nesta pedra, onde me sento e descanso,
ouço ao longe o murmurejar de um rio,
e no sonho recorrente, há um deleite na alma,
com campos verdejantes, a perder de vista.
Altas árvores, bêbadas de calor, tocam o céu,
mais azul que os azuis, que me são dados
ver. E nas planícies, há toda uma gama variada,
de flores e plantas, cobrindo o vale até ao fundo.
Pássaros em debandada entoam uma bela
sinfonia, e no mais alto, de todos os imensos céus,
há ecos vindos daquelas pedras mais abaixo,
desgastadas pelos ventos, demais insistentes.
Papoilas e malmequeres, alongam-se até onde
o olhar alcança, parecendo um mar coralino,
em suas lindas vestes, vermelhas e amarelas,
com sinuosas borboletas, pousando nos estames.
Argonauta da natureza, dou por mim a escrever,
debruçando-me por sobre o peito extasiado.
E narro caravelas, navegando pelos campos abertos,
onde um dia foi mar, de um pensamento maior.
Jorge Humberto
23/08/11
TARDE DE SOL E DE ALEGRIA
Brilha bem alto, o sol no imenso céu;
de uma luz fulgurante desmaia sobre
as flores, que se animam nos jardins,
renascendo, em cada olhar, uma nova
esperança, de dias coloridos, relegando
o cinzento da vida, para uma alegria, que
a todos contagia. Voam borboletas, em
ziguezague, ao sabor de uma brisa suave,
que vai pousar seus braços, no verde das
folhas, que engalanam as muitas árvores,
que mostram seu reverso, consoante
dita o vento, que lhes bate, devagarinho.
Mais abaixo, o rio corre sereno, em ondas
que se norteiam, pelas delicadas margens,
levando e trazendo barcos, no seu dorso
azuláceo, como se espelhado pelos céus.
Tudo é magia, que da natureza, nos chega,
em fragrâncias dulcíssimas e muita emoção.
E as pessoas caminham seus restos nocturnos,
através dos raios solares, nesta tarde bonita.
Jorge Humberto
22/08/11
PARA A MAIS BELA MULHER
Lindas flores, que nos jardins, se engalanam,
da mais pura beleza, de cores e de cheiros,
trazem-me à lembrança o ser amado,
vestido de puras sedas e de suave organdi.
Seu decote lembra-me belas cascatas,
dadas à natureza, sem qualquer pudor,
e correndo livres, em suas reluzentes águas,
vão desaguar, nas planícies, de teus olhos.
De amenas fragrâncias, é a tua presença,
que de subtis gestos, de mim se aproxima.
E de cabelos apanhados, como se fora novelos,
teu rosto realçam, como asas de andorinhas.
Vem, meu amor, demos as mãos, um ao outro,
e pelos caminhos da ternura, nos aconcheguemos.
Que não há no nosso pequeno mundo,
mulher mais bela do que tu, quando me sorris.
Sorriso que tem toda a graça, que é de mulher,
e que me fascina, na orla de meu peito.
E a primavera, que se está achegando, a breve passo,
traz rosado teu encanto, que me faz apaixonado.
Jorge Humberto
21/08/11
sábado, 20 de agosto de 2011
DEPOSTO PELO AMOR
Nesta solidão, que me desassossega,
com janelas fechadas para o fora,
e espelhos oblíquos, escarnecendo
de mim, está o meu eu, infecundo
e maltratado. Meus braços são setas,
que me trespassam, de lado a lado,
trazendo-me a agonia, dos dias sempre
iguais, numa cáustica escuridão, que ofende.
Inerme e sensível, toda e qualquer realidade,
se me mostra atroz, e estrangeiro
me sinto, neste corpo, que já não é meu,
perdido que está, a um canto poeirento.
E neste desencanto, onde tudo me parece
feio e insalubre, há resquícios de
tempos passados, onde imperava meu
ser solitário, calcorreando estradas ilusórias.
E escarrando na parede, deste fundo de
estação, lembro-me de quem fui, certo dia:
alguém que se olvidou e se negou a si mesmo,
e que pelo amor, jazendo, foi deposto.
Jorge Humberto
20/08/11
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
CONTIGO, POR MINHA COMPANHIA
Contigo, por minha companhia,
abraço o mundo, ambas as mãos;
só não saberia de minha solidão,
se a tua luz não refletisse a minha.
De verdade se faz o nosso amor,
num respeito mútuo e honroso,
que nos leva a tecer carinhos tantos,
quando juntos nos encontramos.
E mesmo nos nossos vagos silêncios,
em que um olhar assume primazia,
dois são os corações, a bater em
concordância: do certo juízo, a pureza.
Caminhando, no mais alto de nós,
rompemos todas as barreiras nefastas,
e livres somos, para nos amarmos,
quando a noite, ao longe, se presume.
E deitando tua cabeça no meu ombro,
sobre a luz atenta da resignada lua,
desfolhamos confidências e carícias,
mãos dadas, de um bem-querer maior.
Jorge Humberto
18/08/11
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
O MUITO QUE TE OFEREÇO
Tenho, em meu coração, uma borboleta;
de fulgurantes cores ela é,
percorrendo a suavidade de teu rosto,
e lá pousando, em teus olhos, seu encanto.
Tenho jardins, que me nascem das mãos,
nas ampolas de meus dedos;
e com elas te visto, de nardos e de orquídeas,
na desfolhada, da manhã primeira.
E tenho ainda cavalos à solta no meu peito,
correndo pela orla de teus lábios;
que vão desaguar nos meus, como pássaros,
feitos de almíscar, de um desejado beijo.
Galgos de espuma, arremetem contra a praia,
transformando-se em pequenos cristais,
que ousam subtilmente, tua pele feminina, na minha;
numa unicidade composta, de uma beleza impar.
E tenho também cascatas, de águas puras;
anelo de meu anelo, solvendo as cores do arco-íris.
Ai, meu amor, quem dera, que cheguem
até ti, os vários matizes, que aqui te ofereço!
Jorge Humberto
17/08/11
MEU AMOR MAIS QUERIDO E DESEJADO
Meu amor, mais querido e desejado,
se alguma vez ausente de ti,
em todas as minhas horas te pensava,
e assim adormecia, chegando a noite.
Meu ser frágil e deveras desassossegado,
a cada instante se aconchegava,
no teu colo feminino, de mãos em cruz,
pra me acolher, no abrir das flores ao sol.
Amada minha, de meus puros sentidos,
como sofri nossa ausência forçada,
assim como tu, carpindo dolorosas lágrimas,
no medo de nos perdermos, doravante.
Mas o tempo foi justo e a compreensão,
advinda de teu ser mais lindo,
nos juntou novamente, para nos amarmos
em plenitude, pois esse é o nosso destino.
Ah, mas aqui, onde somos seres irreais,
do amor, que nos cabe, fizemos
nossa realidade, como se um rio fulguroso,
mostrasse todo o seu esplendor, de outrora.
Cientes que somos desse presente facto,
caminhamos, como por linhas
paralelas, onde, ao fim, se dá a devida junção,
como duas estrelas a um mesmo brilho.
Jorge Humberto
16/08/11
CORPOS EM DESEJO
Emerso, ao teu desejo mais puro,
entrego-me ao teu almejo,
e deixo-me guiar pela vontade
premente, de uma lasciva paixão.
A manhã tem janelas e bambinelas,
espreitando o nosso amor,
como brisa suave que se oculta,
para que os amantes se encontrem.
Chilreios de pássaros, anunciam o dia,
nas pálpebras de nossos olhos,
que a meio à escuridão, dos estores
caídos, se procuram em pura emoção.
Há um silêncio respeitoso, na casa
grande, e entre carícias mútuas,
descobrimos o segredo, de nossos rostos,
tacteados por mãos ávidas e carinhosas.
Por entre beijos, que nos denunciam,
somos como o mar, enrolando
na areia, num vai e vem persistente,
de um libidinoso fogo, que nos queima.
Roupas jogadas ao acaso pelo chão,
são demonstrações, de nossa entrega,
por entre fluxos e refluxos,
de peles que se confundem, uma na outra.
E saciados e completamente felizes,
trocamos promessas, no auge de um secreto
ânimo, em que a cumplicidade
nos cumpriu e fez-nos objecto de nosso amor.
Jorge Humberto
15/08/11
A AMIZADE QUE SE REQUER
Na minha demanda, por um mundo
melhor, entrego-me às pessoas,
através de meus versos humildes,
tentando ressaltar os valores morais.
Valores esses, que se perderam com
o tempo, no stress do dia-a-dia,
com que as gentes, não sabendo lidar
com isso se afastaram, umas das outras.
Hoje, o tempo tem de ser nosso,
sendo nós mais cuidadosos, no bem-querer
para com os demais, evitando que
nossos filhos se percam em atrozes vícios.
É preciso a vizinhança e viver em comunidade,
preservando o bem-estar de cada um,
socorrendo os que mais necessitam,
sendo parte activa, da vida dos que nos rodeiam.
Acabou-se o “entre marido e mulher, não
se mete a colher”… não é bem assim, e agora
já mais esclarecidos, devemos ser parte
integrante, numa sociedade elucidativa.
Elucidada de seus deveres, pois somos
um todo, com as mesmas dores,
alegrias e tristezas, que temos de minorar,
com gestos de preocupação e de amor.
A ontologia é parte prioritária de cada ser,
sua personalidade, que vai definindo cada
pessoa, e nos faz diferentes mas não ausentes,
pois que uns sem os outros, não vivemos.
Sobrevivemos a sós, se não chamarmos a nós,
a modéstia, que é a honra do ser humano,
altruísta e participativo, para com seus
semelhantes, que carecem de uma mão amiga.
Temos obrigações uns para com os outros,
e temos de ser parte activa, no nosso pequeno
mundo, na inquietação a ter para com
aqueles, que sempre fizeram de nós, gente útil.
Jorge Humberto
14/08/11
domingo, 14 de agosto de 2011
TEUS OLHOS, DA COR DAS SEARAS
Brandas flores, que nos jardins, se
engalanam de pedras preciosas,
colho-as com todo o respeito
e admiração, que nos teus cabelos vou pôr.
De organdi vestes o teu belo ser,
caminhando descalça, para as mil fontes,
onde vais buscar a água mais pura,
como estes versos, que te escrevo.
Cintura apertada, realça o teu decote,
e formosos são teus passos, por sobre a erva,
onde eu me acosto, em galanteio-os,
minha linda e bela, menina e moça.
E vejo-te corar, ante as minhas palavras,
e um sorriso nervoso me deitas,
que eu de ti sou cativo, ó deusa celeste,
que dos campos agrestes desceste um dia,
Para conquistar meu coração apaixonado:
quando, pela rua, passeavas tua graça,
em corpo magistral e por demais esbelto,
como num rio sereno, à tua passagem!
E teus olhos, da cor das searas mais ricas,
me perdem em sonhos de encantar,
quanto te vejo pla manhã, com rasgos de sol,
lustrando o teu rosto, branco como a lua.
Jorge Humberto
13/08/11
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
ESSAS MÃOS QUE A LUTAR NÃO DIZEM NÃO
Essas mãos, que a lutar não dizem não,
capricho da terra, que foi semeada,
pelo suor e pela dádiva, que não se conforma,
do chão fazem brotar, o fruto enriquecido.
São mãos calejadas, pelo austero trabalho,
que da enxada fazem a sua nobre arte,
enfrentando o cansaço, da lida do dia-a-dia,
com toda a entrega de uma partilha divina.
Essas mãos, que pelo amor, se fazem régias,
acariciando quando a angústia se atreve,
aos mais desprotegidos, de reais carências,
que pelo seu aconchego, encontram a liberdade.
Mãos honrosas, cientes de um dever cumprido,
descansam agora, em bancos de jardins,
onde velhinhas, aos filhos passam testemunho,
e mãos nas mãos, em suave toque se definem.
Jorge Humberto
12/08/11
PARTILHANDO O NOSSO AMOR
Passo a passo, mãos dadas, do amor
lograremos o sentimento mais belo,
que de fragrâncias, se fará suave brisa,
indo pelo rosto, dos que se enternecem.
Botos, nascidos da raiz mais profunda,
pela nossa emoção, lindas flores darão,
e um rio de harmonia, doaremos,
aos que do amor, se vêem apartados.
E um mar, de águas mansas e livres,
correrá serenamente, pelas nossas mãos,
numa união recíproca, que levaremos
aos povos, em toda a nossa afeição.
Amar-te, meu amor, é sentir o prazer,
de partilhar essa comunhão, com os demais,
fazendo deles, seres plenamente completos,
de olhos limpos, que, pelos nossos, se regem.
Deste amor imenso, com que à terra
sementes deitamos, faremos, da atroz
solidão, um porto de partida e de chegada,
em que amar, será procedimento natural.
Somos nos outros, o que de bom trazemos,
um amor sincero e cheio de respeito,
que ansiamos dividir em toda a sua plenitude,
com todos os que nos rodeiam, humildemente.
Jorge Humberto
11/08/11
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
CAMINHAREMOS LADO A LADO, MEU AMOR
Quero-te a meu lado, pra onde quer
que eu vá, só assim conciliamos nosso
amor, com a nossa arte, por muitos
admirada e deveras reconhecida.
Enfrentaremos quem nos quer mal,
com um sorriso nos lábios, e as afrontas,
que vêm debaixo, sacudimo-las com
um leve toque de ombros, de quem
se estima e tem muito amor próprio,
para dar e receber. Por isso, meu amor,
não nos deixaremos vencer, pela atroz
mesquinhez, de quem não se preza.
Uma andorinha só não faz a primavera,
e temos de receber os nossos amigos,
com galhardia, humildade e muita amizade,
pois são eles o pão-nosso, de cada dia.
Nos amamos e nos estimamos de verdade.
O caminho a percorrer será o mais aprazível;
conquanto nos velamos um ao outro,
quando a desdita investe, contra a nossa vida.
Não, amor, não digas que não!, vem pra junto
de mim, e belos jardins, ao sol ergueremos.
E por onde quer que passemos, deixaremos
nosso bem-querer, do amor que nos rege.
Só assim escreveremos a nossa história,
que ficará gravada nos anais do nosso tempo,
e rodeados de amigos, e de muito carinho,
viveremos felizes e ditosos para sempre.
Jorge Humberto
10/08/11
NAS FILIGRANAS DE TEUS OLHOS
Nas filigranas, de teus olhos sadios,
sóis despontam, na manhã primeira,
em que o orvalho vira água, nas tuas
mãos, suaves como joia aquática.
Os jardins encontram-se floridos, à
tua passagem, e mariposas te rodeiam,
para receber as tuas doces fragrâncias,
que exalam de teu corpo, divinizado.
Enquanto caminhas, hierática e segura,
levas a cidade solta nos teus cabelos,
e um mui franco sorriso, de satisfação,
esculpe teu rosto, de tardes amenas.
E teu corpo femíneo e cheio de graça,
encanta e subleva, os meus sentidos
mais profundos, e em silêncio, o beijo
tão almejado, encontra-se com os lábios.
Felizes caminhamos, estradas a haver,
e a cada nova descoberta, uma ânsia
de renovo, como um mar de galgos,
enrolando espumas, nos cristais da areia.
Jorge Humberto
09/08/11
MINHA COMPANHEIRA
Visto-te de gardénias e de nardos,
voluptuosas sedas e veludos,
que enchem meus olhos de uma
beleza sem par, que eu tomo para mim.
Companheira tu és, nos meus dias
mais tristes, em que o sol se desvanece,
e busca a linha do horizonte, para
se esconder de mim, quando a tarde vem.
Mas logo teu ser carinhoso se acerca,
e de sorriso nos lábios, me defines,
como aquele, que se julgando perdido,
encontra no teu beijo a solicitude diligente.
Grande é a paixão que me delimita,
ao teu ser super cuidadoso e apaixonado,
e que me faz extremamente extremoso,
com todo o desvelo, advindo de minha alma.
Jorge Humberto
08/08/11
NASCIDOS PARA SERMOS EM NÓS AMOR
Corre serenamente o rio para a sua foz,
leva meus olhos por sobre as águas,
e em desenhos esmiuçados, nas nuvens,
cinzelo o teu rosto, da cor do mármore.
Todas as tardes presta-se a acalentar
o meu desassossego, em sorrisos francos
e rasgados, como o sol, quando aparece,
vindo de lá da linha do vasto horizonte.
Caminhas para mim hierática e segura,
e pegando-me nas mãos, dizes-me de teu amor,
tão sincero como uma flor, acabada de nascer,
no regaço abrangente de teu colo, feminino.
E entre abraços, beijos e inconfidências,
unos somos, para toda a eternidade,
levando a palavra amar, até aos confins
de nossos sentimentos, mais espontâneos.
E somos felizes assim, que terna é a candura,
que nos envolve, no mais alto de todas as alturas.
- E nos montes circundantes, o eco de nossas vozes,
que em perfeito uníssono, se perpetua.
Jorge Humberto
06/08/11
AMOR QUE NÃO POSSO ESCONDER
Viver este sonho de te ter comigo,
esperar por ti na orla de meu peito,
sedento de beijos e de carinhos,
com que a emoção se rege sem pudores;
ser pra ti aquele que te enobrece,
em cada palavra sentida, nos meus lábios,
como montes que se dão aos ventos,
pousando suas mãos no teu cabelo.
Pelo teu gesto, medido a preceito,
estão os cuidados, com que me envolves,
em toques suaves de mãos almejadas,
como palavras que se calam, no régio momento.
E são mil Jardins, nascidos nos teus olhos,
que nos meus se debruçam, como quem espera
as mariposas, ao entardecer, salientando
a beleza, que de ti emana solenemente.
Janela aberta, a todos os desenganos,
com asas de pássaros herdando o céu mais absoluto,
onde a espera é apenas uma ilusão,
agora que voltaste pra mim, aconchegando meu ser.
Jorge Humberto
05/08/11
SÉMEN
Quero plantar, uma árvore de pérolas,
Jóia aquática, solidificada em cristal...
E os meus olhos,
Nascidos na raiz mais profunda,
Busquem a riqueza, do fruto virgem,
Acabado de colher, prà fome mais pobre.
Quero escrever um livro,
Página ventre, de minha alma gémea...
E de raiva em punho,
E amor feito tinta,
Quero viajar, dentro de ti,
Com olhos limpos de criança.
Quero fazer um filho, nascido dos lábios,
No êxtase consciente dos nossos corpos nus...
E quando chorarmos,
E em asas de vento
Formos beijar, das estrelas a mais louca,
Seja esse o poema mais belo,
Àquele que por nós nascerá.
E assim, quando nada mais restar,
Seja o meu corpo pó,
E novos frutos tenham vingar.
Jorge Humberto
(In "Saiu a Fera de Mim")
FLAGELAÇÃO
Nesta gare, cega estação,
Muro agonizante e distorcido,
Há carne a definhar em podridão,
Num canto qualquer, perdido.
Houve enlevos de reconciliação.
Mas o olho lânguido, abatido,
Nunca clamou sua rendição:
Repreendeu mesmo qualquer sentido.
E o cheiro agridoce, do recanto,
Mostra na saliva o desencanto,
O ardil que consumou a tua trama.
Por isso, vagabundo, a tua sina
É uma doença, que te mina,
Que termina contigo na cama.
Jorge Humberto
(In Saiu a fera de mim)
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